O Brasil figura entre as dez nações mais empreendedoras do mundo, revela a maior pesquisa de empreendedorismo global realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).
Segundo a nova edição da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) 2023, o país contabilizou cerca de 90 milhões de empreendedores ou aspirantes a empreendedores.
Desse total, 42 milhões são adultos entre 18 e 64 anos que já possuíam um negócio ou realizaram alguma ação visando empreender no futuro, enquanto os 48 milhões restantes manifestaram o desejo de empreender nos próximos três anos.
Essa significativa parcela empreendedora posiciona o Brasil com o terceiro maior desejo dos brasileiros, ficando atrás apenas de “viajar pelo Brasil” e “comprar a casa própria”. Além disso, a pesquisa revela que 65% dos brasileiros conhecem um empreendedor e quase dois terços demonstram confiança em suas habilidades para empreender.
Nações mais empreendedoras do mundo
O relatório de 2023 da GEM destaca que o Brasil se mantém com a segunda maior estimativa absoluta de empreendedores potenciais, ficando atrás apenas da Índia. Em termos de taxa total de empreendedores, que considera a proporção da população adulta envolvida com negócios, o Brasil ocupa o oitavo lugar, com 30,1%.
Esses dados colocam o país em destaque no cenário global, demonstrando sua relevância e potencial no empreendedorismo internacional.
Perfil do empreendedor brasileiro
De acordo com a pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2023), realizada pelo Sebrae em colaboração com a Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo (Anegepe), os brasileiros mudaram sua principal motivação para empreender. Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, a opção “Fazer a diferença no mundo” ultrapassou “Ganhar a vida porque os empregos são escassos”.
Essa mudança reflete uma melhoria geral na situação econômica do país e um avanço na atividade empreendedora. Em 2022, a principal motivação dos brasileiros era “Ganhar a vida porque os empregos eram escassos”, citada por 82% dos entrevistados. No ano seguinte, a ideia de “Fazer a diferença” assumiu a liderança, sendo mencionada por 77% dos empreendedores.
Em relação ao tema nações mais empreendedoras do mundo, para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o crescimento do empreendedorismo motivado por um propósito de transformação pessoal e social, juntamente com a redução da abertura de negócios por necessidade, confirma indicadores anteriores que apontavam para a recuperação da economia brasileira.
Além disso, ao liderar o ranking da pesquisa, a motivação “Fazer a diferença no mundo” se junta a outro resultado significativo da GEM: “Ter o próprio negócio” é um dos três principais sonhos dos brasileiros, ficando atrás apenas de “Viajar pelo Brasil” e “Comprar a casa própria”. Esse desejo supera outros 12 sonhos, como viajar para o exterior, fazer carreira em uma empresa ou no serviço público, entre outros.
Alguns números da pesquisa, que fortalece o Brasil entre as nações mais empreendedoras do mundo, mostram que a motivação “Ganhar a vida porque os empregos são escassos” passou de 82% em 2022, quando era a principal escolha, para 74% em 2023, tornando-se a segunda mais citada.
Já empreender para “Fazer a diferença no mundo” era a principal motivação para pouco mais de 51% dos entrevistados em 2019. No ano passado, essa proporção saltou para 77%.
Conclusão
Portanto, no tocante às nações mais empreendedoras do mundo, o perfil do empreendedor brasileiro reflete uma dinâmica crescente e multifacetada, impulsionada por uma série de fatores contextuais e culturais.
Primeiramente, a pesquisa revela um forte desejo de empreender não apenas por necessidade econômica, mas também por aspirações de fazer uma diferença significativa no mundo.
Esse movimento indica uma mudança na mentalidade empreendedora, destacando a busca por propósitos pessoais e sociais mais profundos.
Além disso, a diversidade do empreendedorismo no Brasil é evidente, com uma ampla gama de setores e segmentos representados por indivíduos que buscam realizar seus sonhos e aspirações de negócios. Essa variedade demonstra a riqueza da criatividade e da inovação presentes na sociedade brasileira, que contribuem para a dinâmica econômica do país.
A pesquisa também aponta para a importância do ambiente econômico e regulatório na formação do perfil empreendedor brasileiro. Melhorias na situação econômica do país, juntamente com políticas e iniciativas que promovem o empreendedorismo, têm contribuído para um aumento no número de empreendedores motivados por um propósito e uma diminuição naqueles impulsionados pela necessidade.
No entanto, desafios persistem, como a necessidade de fortalecer o ensino de ciências e o empreendedorismo nas escolas, aumentar os investimentos em pesquisa e inovação e promover uma maior igualdade de gênero no empreendedorismo. Superar esses obstáculos é essencial para criar um ambiente ainda mais favorável ao crescimento e sucesso dos empreendedores brasileiros.
O setor de ciência e inovação no Brasil ganha um novo fôlego e apoio institucional. MCTI e Itamaraty enfatizam o papel do Brasil em ciência, tecnologia e inovação. A abertura da Conferência Livre “Internacionalização da Ciência, Tecnologia e Inovação”, realizada no Ministério das Relações Exteriores (MRE), contou com a participação do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Fernandes.
O evento, que faz parte da programação preparatória para a 5ª Conferência Nacional de CT&I, teve como anfitrião o chanceler Mauro Vieira, e contou com a presença de autoridades como Marcia Barbosa, secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, e Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do MRE.
Ciência e inovação no Brasil
Durante a conferência, Fernandes ressaltou o histórico de cooperação internacional no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, enfatizando sua importância para o setor. Ele expressou confiança de que os debates contribuíram para fortalecer ainda mais essa cooperação.
O secretário destacou também o momento positivo da ciência no país, evidenciado pela retomada da Conferência Nacional após 14 anos e pelo diálogo construtivo visando consolidar a área de CT&I como estratégica para o desenvolvimento nacional. Além disso, enfatizou o papel crucial da cooperação internacional nesse contexto.
Por sua vez, o ministro Mauro Vieira sublinhou os compromissos do Brasil no cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável e à redução das desigualdades.
Ele ressaltou a importância da abordagem colaborativa e inclusiva, destacando o empenho em parcerias com outros países e organizações internacionais para alcançar os objetivos estabelecidos na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A 5ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), agendada para junho, visa mobilizar o sistema nacional de CT&I na construção de uma agenda para o futuro do setor no Brasil, com foco em promover um país justo, sustentável e desenvolvido.
As participações
Ao redor do tema ciência e inovação, além do chanceler Mauro Vieira, que foi o anfitrião do evento, também estiveram presentes na mesa de abertura a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Marcia Barbosa, e o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do MRE, Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto.
Fernandes, convidado a proferir a palestra inaugural do encontro, apresentou um histórico do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, destacando a cooperação internacional como um dos pilares do setor. Ele expressou confiança de que os debates contribuiriam para intensificar ainda mais essa cooperação.
Para o secretário-executivo, a realização da Conferência Nacional após um hiato de 14 anos sinaliza um momento positivo para a ciência no país.
Ele ressaltou o papel da cooperação internacional no sistema nacional de CT&I, afirmando que o objetivo é que essa cooperação acompanhe as transformações globais e esteja alinhada com a política externa do Brasil.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou os compromissos do Brasil no cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável e à redução das desigualdades.
Ele enfatizou a importância da abordagem colaborativa e inclusiva, manifestando o empenho em parcerias com outros países e organizações internacionais para alcançar os objetivos estabelecidos na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A importância da conferência
A 5ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), agendada para os dias 4, 5 e 6 de junho, tem como desafio mobilizar todo o sistema nacional de CT&I para a construção coletiva de uma agenda para o futuro do setor no país.
O tema da Conferência é “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”. Seu objetivo é analisar os programas, planos e resultados da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2016-2023, para propor recomendações para a elaboração da ENCTI 2024-2030.
Ciência e tecnologia no Brasil
Um dos maiores desafios enfrentados pelo Brasil no campo da ciência, tecnologia e inovação é a formulação e implementação de uma política de longo prazo que estimule o desenvolvimento científico e tecnológico em prol da melhoria da qualidade de vida da população brasileira.
Essa política teria, no campo da ciência e inovação, um impacto tangível na elevação das condições de vida da sociedade, mostrando que investir em ciência, tecnologia e inovação possui um potencial significativo para impulsionar o desenvolvimento e a integração social.
Ao eleger a ciência, tecnologia e inovação como uma escolha estratégica para o progresso do país, torna-se necessário priorizar investimentos nesse setor, visando recuperar o tempo perdido e avançar de forma rápida na geração e disseminação de conhecimento e inovação, especialmente no que se refere à sua aplicação na produção.
Isso também implica em defender a importância da ciência, tecnologia e inovação como elementos integradores das demais políticas de desenvolvimento do Estado.
No âmbito da gestão em ciência, tecnologia e inovação, o Brasil possui um sistema bem estruturado, composto por um órgão central coordenador e agências de fomento responsáveis pela definição e implementação de políticas nessa área. Esse modelo também se observa nos sistemas estaduais de gestão de políticas de desenvolvimento locais em ciência, tecnologia e inovação, levando em consideração as peculiaridades regionais.
Conclusão
Portanto, o conhecimento científico e tecnológico produzido no Brasil ainda não é suficiente para gerar mudanças significativas nas desigualdades sociais presentes em algumas regiões.
Em relação à ciência e inovação, isso se deve a uma série de questões complexas, como as dimensões do país, as dificuldades na estrutura de gestão, a necessidade de políticas nacionais adaptadas às diversas realidades regionais, o ensino superficial de ciências nas escolas, os investimentos insuficientes em estudos e pesquisas, a necessidade de melhorar o acesso ao conhecimento científico e aprimorar a participação das mulheres na ciência.
Apesar desses desafios, o país possui uma capacidade material e intelectual instalada para promover avanços nas políticas científicas e ambientais nacionais, além de contar com uma sociedade civil engajada e um setor empresarial robusto.
Ao abordarmos sobre os projetos com Fust, ressaltamos que desde setembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou um montante significativo de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), totalizando R$ 368,3 milhões, destinados a projetos de conectividade.
Esses recursos foram direcionados para a construção de redes em 156 municípios e para a conexão de 163 escolas em todo o país. Durante o Fórum de Operadoras Inovadoras, realizado recentemente em São Paulo, Carlos Azen, chefe do departamento de TI, Telecom e Economia Criativa do BNDES, revelou esses números, destacando a importância desses investimentos para a expansão da infraestrutura de telecomunicações no Brasil.
O que é FUST?
O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) foi estabelecido pela Lei nº 9.998, em 17 de agosto de 2000, com o propósito de prover recursos destinados a cobrir os custos relacionados ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações, que não podem ser recuperados através da exploração eficiente do serviço, conforme disposto no inciso II do art. 81 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997.
As principais fontes de receita do Fust incluem uma contribuição de um por cento sobre a receita operacional bruta proveniente da prestação de serviços de telecomunicações nos regimes público e privado, além de transferências de recursos originários do Fistel.
No entanto, 30% da receita da Contribuição do Fust é deduzida a título de Desvinculação da Receita da União (DRU), em conformidade com a Emenda Constitucional (EC) 93/2016.
Projetos com Fust
O financiamento mais expressivo, no valor de R$ 146 milhões, foi firmado recentemente com uma empresa de capital aberto, cujo nome ainda não foi divulgado.
O BNDES já concedeu empréstimos do Fust para outras empresas, como Proxima (R$ 88 milhões), Unifique (R$ 72 milhões), Coprel Telecom (R$ 32 milhões), Sempre Telecom (R$ 20 milhões) e Aranet (R$ 10 milhões), totalizando um montante de R$ 371,9 milhões, considerando investimentos adicionais das próprias empresas.
Esses recursos serão utilizados para a implantação de 2.656 km de redes de fibra óptica, ativação de 192 estações radiobase 4G e 5G, e a expansão do acesso à internet para 31 localidades em todo o país.
Azen ressalta que, apesar de serem reembolsáveis, os financiamentos do BNDES representam uma forma acessível de obtenção de crédito para infraestrutura, superando até mesmo as debêntures incentivadas. O programa Fust Direto, que envolve financiamentos diretos com o banco estatal, sem intermediários regionais, tem despertado interesse principalmente entre os provedores regionais.
No entanto, Azen destaca que ainda não há previsão para que os recursos do Fust sejam utilizados para cumprir obrigações, sendo que as grandes operadoras têm concentrado seus investimentos em mercados maiores e nas obrigações decorrentes dos leilões de 5G, que estão fora do escopo do Fust neste momento.
Processo de aprovação
Além desses, o BNDES já havia concedido financiamentos do Fust para empresas como Proxima (R$ 88 milhões), Unifique (R$ 72 milhões), Coprel Telecom (R$ 32 milhões), Sempre Telecom (R$ 20 milhões) e Aranet (R$ 10 milhões).
Considerando os investimentos adicionais das próprias empresas, o montante total alcança R$ 371,9 milhões. Esses recursos serão utilizados para a implantação de 2.656 km de redes de fibra óptica, ativação de 192 estações radiobase 4G e 5G, e a expansão do acesso à internet para 31 localidades.
A maior parte dos recursos, equivalente a R$ 310,3 milhões, foi direcionada para iniciativas de ampliação de redes, enquanto outros R$ 61,3 milhões foram destinados para levar internet às escolas.
Carlos Azen, chefe do departamento de TI, Telecom e Economia Criativa do BNDES, defende que obter financiamento junto ao BNDES, mesmo sendo reembolsável, representa a forma mais econômica de conseguir crédito para infraestrutura, superando até mesmo as debêntures incentivadas.
O programa Fust Direto, realizado diretamente com o banco estatal, sem intermediários regionais, abrange a maioria das iniciativas contratadas. Ele prevê pagamentos em até 15 anos, com incidência de taxa TR. Como contrapartida, é necessário que o dinheiro seja destinado à execução de projetos em áreas definidas pela Anatel, o que inclui a expansão da banda larga em localidades, a melhoria da cobertura celular e a conexão de escolas.
No momento, em relação aos projetos com Fust,há um interesse maior por parte dos provedores regionais em relação aos projetos, uma vez que ainda não há previsão para que o dinheiro do Fust seja utilizado para cumprir obrigações. Azen destaca que as grandes operadoras têm direcionado seus investimentos para os mercados maiores e para o cumprimento das obrigações derivadas dos leilões de 5G, que atualmente estão fora do escopo do Fust.
Objetivos institucionais
Instituído com o objetivo de promover a expansão, utilização e melhoria da qualidade das redes e serviços de telecomunicações, bem como reduzir as disparidades regionais e incentivar o uso e desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade para impulsionar o desenvolvimento econômico e social, o Fust direciona seus recursos para programas e políticas definidos por seu Conselho Gestor.
Tais recursos podem ser aplicados de forma reembolsável, não reembolsável e como garantias, beneficiando empresas de telecomunicações legalmente constituídas e outras entidades públicas ou privadas cujas atividades estejam alinhadas com os objetivos dos projetos. Atualmente, o BNDES dispõe de instrumentos financeiros reembolsáveis para apoiar projetos com recursos do Fust, tanto por meio de apoio direto quanto indireto.
Conclusão
Portanto, para os projetos com Fust, a parceria entre o BNDES e o FUST demonstra o compromisso em promover o desenvolvimento e a universalização dos serviços de telecomunicações no Brasil. Por meio de recursos direcionados e apoio financeiro, busca-se expandir e melhorar a qualidade das redes e dos serviços, contribuindo para reduzir desigualdades regionais e impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.
As reclamações à Anatel são um capítulo à parte em relação ao consumo de dados e telefonia no país. No dia 8 de abril, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou seu Panorama de Reclamações, um documento elaborado pela Superintendência de Relações com Consumidores (SRC) que oferece uma análise detalhada das reclamações recebidas pela agência ao longo do ano.
Em consonância com uma tendência de declínio observada desde 2021, as reclamações dos consumidores à Anatel atingiram em 2023 o menor nível dos últimos anos. O total de reclamações registradas foi de 1,32 milhão, representando uma redução significativa de 24,1% em comparação com o volume do ano anterior, que havia sido de 1,73 milhão.
Reclamações à Anatel
A diminuição no volume de reclamações em 2023 foi generalizada, abrangendo todos os serviços, sendo mais expressiva no segmento de telefonia móvel pós-paga, que registrou 189 mil reclamações a menos, uma queda de 29% em relação ao ano anterior.
Essa redução nas reclamações foi observada em todos os principais grupos econômicos e também entre as prestadoras de pequeno porte (avaliadas em conjunto). Como tem sido o padrão em anos anteriores, a maior parte das reclamações dos consumidores (33%) está relacionada a conflitos envolvendo questões de cobrança, seguidas por reclamações sobre a qualidade técnica e o funcionamento do serviço, que representam 20% do total de registros.
Os índices
O Índice de Reclamações (IR), que mede a relação entre o número de reclamações registradas e o tamanho da base de clientes das prestadoras, também refletiu essa tendência de queda. Em 2023, o IR geral do setor caiu para 0,37, abaixo do índice de 0,47 registrado em 2022. Esse declínio no índice sugere uma melhoria na satisfação do cliente e na qualidade dos serviços prestados pelo setor de telecomunicações como um todo.
Processo de queda
A diminuição no número de reclamações à Anatel em 2023 afetou todos os setores, com a maior redução ocorrendo no serviço de telefonia móvel pós-paga, que registrou 189 mil reclamações a menos, representando uma queda de 29% em comparação ao ano anterior.
Essa redução nas reclamações foi observada em todos os principais grupos econômicos, incluindo as prestadoras de pequeno porte que foram avaliadas em conjunto.
Essa tendência de queda também se refletiu no Índice de Reclamações (IR), que avalia a relação entre o número de reclamações registradas e o tamanho da base de clientes das prestadoras, considerando a quantidade de reclamações para cada 1.000 acessos em serviço. Em 2023, o IR geral do setor caiu para 0,37, abaixo do índice de 0,47 registrado em 2022.
Empresas mais reclamadas na Anatel nos anos 2020
De acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Justiça, a Oi liderou o ranking de reclamações à Anatel em relação à TIM, Vivo e Claro.
Entre as empresas de telecomunicações mais alvo de queixas dos consumidores nos Procons em 2022, a Oi ocupou o primeiro lugar, seguida pela Claro, Vivo e TIM, nessa ordem. Esses dados foram divulgados no Dia Mundial do Consumidor pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão integrado ao Ministério da Justiça.
Apesar da predominância das quatro maiores empresas do setor de telecomunicações no Brasil entre as mais reclamadas, os bancos também foram notados por um número significativo de reclamações. Dos 986.328 registros, 11% dizem respeito à telefonia e 11,1% às instituições financeiras.
O sistema de informação ProConsumidor, implementado no ano anterior para substituir o anterior, já conta com mais de 600 órgãos, entre Procons e Defensorias Públicas, e registrou mais 883.750 demandas. Nessa lista, os bancos e empresas de telefonia também se destacam como os mais reclamados.
Entre as queixas apresentadas pelos consumidores, os problemas mais comuns estão relacionados à cobrança por serviços ou produtos não solicitados, cobranças indevidas ou abusivas e ofertas não cumpridas ou enganosas. Apesar disso, a Senacon relata um aumento na resolução desses problemas.
Quanto ao posicionamento das operadoras, a Claro optou por não comentar o assunto, enquanto a Vivo afirmou que coloca o cliente no centro de suas decisões e trabalha constantemente para aumentar a resolutividade das demandas e a satisfação dos clientes.
A TIM destacou seu compromisso em ouvir os consumidores e resolver suas demandas com agilidade, respeito e transparência. Além disso, ressaltou ser a operadora móvel que mais reduziu queixas na Anatel, com uma redução de 50% no Índice de Reclamações em 2022 em comparação com 2019.
Por fim, a Oi, além de mencionar a venda de sua unidade móvel e o processo de migração de clientes para as operadoras compradoras, afirmou estar investindo continuamente no aprimoramento de seus serviços e na experiência do cliente.
Conclusão
Portanto, relativo às reclamações à Anatel, a análise das empresas mais reclamadas na Anatel revela a importância contínua de garantir altos padrões de serviço e atendimento ao cliente no setor de telecomunicações.
A liderança da Oi, seguida de perto pela Claro, Vivo e TIM, destaca a necessidade de um compromisso renovado das empresas em abordar efetivamente as preocupações dos consumidores, seja em relação a cobranças indevidas, qualidade técnica dos serviços ou questões contratuais. para construir relacionamentos duradouros com os clientes e manter a competitividade no mercado.
Além disso, o engajamento ativo com órgãos reguladores e de defesa do consumidor pode ajudar as empresas a identificarem áreas de melhoria e implementar melhores práticas que beneficiem tanto os consumidores quanto as próprias organizações.
Recentemente, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) firmaram um acordo de cooperação técnica para impulsionar a conectividade significativa e a utilização ética da inteligência artificial (IA).
O acordo foi oficializado durante o evento “Inteligência Artificial e o Futuro da Conectividade: uma Visão Coletiva”, promovido pela Anatel em Brasília. Este pacto visa aprimorar a capacidade e confiança de idosos e jovens para realizar atividades online, além de fomentar a utilização responsável e produtiva da IA pelos diversos atores do ecossistema digital.
O que é conectividade com inteligência artificial?
A interseção entre Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), conhecida como AIoT, é uma tecnologia que visa integrar sistemas inteligentes de IA aos dispositivos conectados da IoT. Seu propósito principal é coletar dados gerados por esses dispositivos, como sensores de monitoramento, e empregar algoritmos de IA para análise dessas informações.
Os sensores da IoT frequentemente capturam grandes volumes de dados que podem ser desafiadores para os gestores analisarem manualmente, devido à sua natureza bruta e diversidade. Ao aplicar soluções inteligentes de IA, capazes de identificar padrões, fenômenos e tendências de forma imediata, as operações podem se tornar mais eficientes.
Essa abordagem torna-se ainda mais relevante com a crescente popularidade de tecnologias como 5G, Blockchain, Realidade Aumentada e computação em borda, que ampliarão ainda mais a coleta de dados pela IoT. A combinação desses conceitos possibilitará o desenvolvimento de soluções mais inteligentes e adaptáveis para diversos setores, incluindo indústrias, saúde, agronegócio, urbanismo, mobilidade, entre outros.
Inteligência artificial e o evento
Um dos objetivos principais é abordar grupos vulneráveis que enfrentam dificuldades na realização de atividades na internet devido à falta de habilidades digitais. Por meio dessa colaboração técnica, espera-se diagnosticar de forma abrangente essas questões e implementar ações para fortalecer a capacidade e confiança desses grupos na utilização da tecnologia.
Opiniões de especialistas
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, enfatizou que esse acordo reflete o compromisso da Agência em participar de discussões de vanguarda. Ele destacou a importância do desenvolvimento das habilidades digitais para garantir o acesso pleno à conectividade e ressaltou a necessidade de preparar a população para usufruir dos benefícios da IA de maneira ética.
Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, ressaltou a relevância do acordo em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, visando atingir a Agenda 2030 no país. Márcio Lopes Correa, coordenador geral da Agência Brasileira de Cooperação do MRE, elogiou a iniciativa e destacou a importância da Anatel em estabelecer parcerias internacionais.
Cristiana Camarate, superintendente de Relações com Consumidores da Anatel, enfatizou a necessidade de desenvolver habilidades digitais para garantir que todos tenham acesso aos benefícios proporcionados pela tecnologia. Ela destacou que a transformação digital deve ser inclusiva, assegurando que ninguém seja deixado para trás nesse processo.
O evento “Inteligência Artificial e o Futuro da Conectividade: uma Visão Coletiva” está disponível no canal da Anatel no YouTube. Durante o evento, também foi anunciada a abertura da Tomada de Subsídios sobre o relacionamento entre inteligência artificial e conectividade.
Conclusão
Portanto, a parceria estabelecida entre a Anatel, a Unesco e o MRE representa um passo significativo na busca por uma conectividade mais inclusiva e pela utilização ética e produtiva da inteligência artificial. Ao unir esforços para promover o desenvolvimento de habilidades digitais e garantir o acesso equitativo aos benefícios da tecnologia, essas instituições demonstram um compromisso conjunto com o avanço tecnológico sustentável e responsável.
Através de iniciativas como o evento “Inteligência Artificial e o Futuro da Conectividade: uma Visão Coletiva”, elas fornecem um espaço vital para o diálogo e colaboração entre os diversos atores do ecossistema digital, visando o progresso coletivo e a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030.
É fundamental conhecer as iniciativas da Anatel e das demais organizações parceiras na realização de importantes eventos como estes e que, certamente, no futuro, teremos mais eventos dessa envergadura.
No contexto dos mercados globais de tecnologia, o Brasil está emergindo como um dos principais destinos de investimento em tecnologia, ultrapassando países como Coreia do Sul e Itália no cenário global. Segundo um estudo divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), baseado em dados da consultoria IDC, o país registrou um movimento ascendente significativo no setor de tecnologia em 2023.
De acordo com os números apresentados, os investimentos em tecnologia no Brasil alcançaram a marca impressionante de US$ 50 bilhões em 2023, impulsionando o país de volta ao seleto grupo dos 10 maiores mercados de tecnologia do mundo.
Esse marco reflete não apenas um aumento substancial em comparação com anos anteriores, mas também uma posição de liderança na América Latina, capturando 37,2% dos investimentos totais na região.
Mercados globais de tecnologia
Uma análise mais detalhada revela que o investimento no Brasil foi distribuído entre diferentes setores do mercado de tecnologia. Cerca de 30% foram direcionados para o mercado de software, totalizando US$ 15 bilhões, enquanto aproximadamente 22% foram alocados para serviços, alcançando US$ 10,9 bilhões. Por sua vez, o mercado de hardware absorveu 48% dos investimentos, somando US$ 23,9 bilhões.
É interessante notar que essa distribuição está se aproximando da média global, com 31% dos investimentos em software, 26% em serviços e 43% em hardware. Esse fenômeno indica uma mudança de paradigma, com um crescimento mais acentuado nos segmentos de software e serviços, sinalizando a maturidade dos investimentos em tecnologia no Brasil.
Opinião de especialistas
Analisando as opiniões, para Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES e responsável pelo estudo, é destacado esse avanço como um indicador do progresso do país no campo da tecnologia. Ele observa que, pela primeira vez desde o início do estudo em 2004, os investimentos em software e serviços superaram os investimentos em hardware, demonstrando a evolução do Brasil no cenário global de TI.
Além disso, o estudo projeta um crescimento contínuo para o mercado de tecnologia em 2024, com um aumento esperado de 6% no Brasil, contribuindo para um crescimento global de 7,4%. No entanto, é importante destacar que, apesar do crescimento robusto nos segmentos de software e serviços, houve uma queda de 11% nos investimentos em hardware, impactando o desempenho geral do país em relação ao crescimento mundial.
O estudo não apenas oferece insights sobre o cenário atual, mas também lança luz sobre as tendências emergentes e as oportunidades futuras no mercado de tecnologia. Projetos como redes móveis privativas, Internet das Coisas (IoT), cibersegurança, nuvem e inteligência artificial estão se destacando como áreas de crescimento significativo, oferecendo novas oportunidades de investimento e inovação.
Nas nuvens
No setor de computação em nuvem, as ofertas de Plataforma como Serviço (PaaS) devem totalizar US$ 1,5 bilhão no Brasil até 2024, mantendo sua trajetória ascendente. Esse avanço também impulsiona o mercado de serviços de TI, que prevê um gasto de aproximadamente US$ 1,4 bilhão neste ano, abrangendo consultoria, integração e suporte de projetos relacionados a dados.
Em relação à Inteligência Artificial, ainda em estágios iniciais no Brasil, espera-se um aumento significativo nos investimentos até 2024, dobrando em comparação com anos anteriores, contribuindo para que a América Latina atinja um total de US$ 120 milhões relacionados à tecnologia.
O mercado de soluções de gestão, que engloba pacotes como ERP, CRM, planejamento e produção, além da cadeia de suprimentos, está previsto para atingir US$ 5,6 bilhões no Brasil até 2024, representando um crescimento de 11,6% em relação ao ano anterior.
Na área de Edge Computing, que engloba ambientes compostos por hardware, software e serviços, espera-se um investimento de mais de US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil.
Um ótimo futuro pela frente
Portanto, o Brasil está consolidando sua posição como um dos principais mercados globais de tecnologia, com perspectivas promissoras para o futuro. À medida que o país continua a impulsionar a inovação e a adoção de tecnologia em diversos setores, ele está se posicionando como um player chave no cenário global de TI, preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que o futuro digital oferece.
Vale ressaltar a importância dos investimentos no setor e a evolução legislativa e organizacional desse setor.