A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou recentemente novos requisitos técnicos para a certificação de aparelhos de Smart TV Box, que entrarão em vigor a partir de 11 de setembro. O objetivo é combater a disseminação de equipamentos que permitem a transmissão pirata de conteúdos audiovisuais, uma prática que viola os direitos autorais e representa riscos de segurança cibernética.

Neste artigo, vamos explorar os detalhes desses novos critérios e entender como eles buscam conter a pirataria e proteger os direitos dos criadores de conteúdo.
O aumento da pirataria de conteúdo audiovisual e suas consequências
O avanço tecnológico proporcionou uma ampla gama de opções de entretenimento aos consumidores, com as Smart TV Boxes ganhando popularidade por sua versatilidade e facilidade de uso.
No entanto, a popularidade desses dispositivos também atraiu a atenção de piratas digitais que utilizam a tecnologia para acessar ilegalmente obras audiovisuais, violando os direitos autorais dos criadores e produtores de conteúdo.
A pirataria de conteúdo audiovisual é considerada crime no Brasil devido a diversos aspectos legais e éticos.
Em primeiro lugar, a legislação brasileira protege os direitos autorais, concedendo aos criadores e produtores de conteúdo o direito exclusivo de reproduzir, distribuir e exibir suas obras.
A pirataria, ao permitir a reprodução e distribuição não autorizada de conteúdo protegido, viola esses direitos e prejudica a indústria do entretenimento, causando prejuízos financeiros significativos.
Além do mais, a pirataria de conteúdo audiovisual também prejudica os consumidores. O conteúdo pirata muitas vezes não passa por controles de qualidade e pode conter malware ou vírus, representando riscos à segurança cibernética dos usuários.
A prática da pirataria incentiva a desvalorização do trabalho intelectual e criativo, desencorajando a produção de novos conteúdos e impactando negativamente o crescimento cultural e artístico do país.
Novos critérios para a certificação de TV Box
A Anatel, ciente da gravidade do problema, publicou o Ato 9281, de 5 de julho de 2023, contendo os novos requisitos para a certificação de aparelhos de TV Box.
Essas exigências foram desenvolvidas para impedir que equipamentos facilitem a pirataria de conteúdo audiovisual. A partir de 11 de setembro, os fabricantes de Smart TV Box devem cumprir os seguintes critérios:
1 – Verificação de softwares ou aplicativos irregulares
Os aparelhos não poderão ter nenhum software ou aplicativo instalado por padrão que esteja presente na lista de equipamentos ou softwares irregulares publicada ou endossada pela Anatel. Essa medida visa evitar que dispositivos com aplicativos piratas pré-instalados cheguem ao mercado.
2 – Combate à violação de direitos autorais
A certificação será negada caso o produto contenha qualquer software, aplicativo, funcionalidade ou instruções que indiquem a violação de direitos autorais de conteúdo audiovisual. Com isso, a Anatel busca coibir práticas ilegais que prejudicam a indústria do entretenimento.
3 – Restrição à instalação de aplicativos não verificados
Os equipamentos não poderão fornecer facilidades para alteração de características de seu sistema operacional (modo root) ou permitir a instalação de aplicativos de terceiros não verificados em loja oficial. Essa medida visa dificultar a instalação de aplicações piratas por usuários comuns.
4 – Proibição de informações sobre acesso ilegal

Qualquer documentação relativa ao equipamento, incluindo páginas da internet do fabricante ou do seu representante nacional e o manual do produto, não poderá conter informações ou instruções sobre a utilização, atualização ou instalação de softwares ou aplicativos destinados ao acesso ilícito a conteúdo audiovisual.
Conclusão
A implementação dos novos critérios de certificação para TV Box pela Anatel representa um importante passo na luta contra a pirataria de conteúdo audiovisual.
Ao impor essas exigências, a agência busca proteger os direitos autorais, incentivar a indústria do entretenimento e garantir a segurança cibernética dos usuários.
Além disso, a instalação do laboratório capaz de tirar do ar transmissões ao vivo de conteúdo pirata, em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), promete reforçar ainda mais o combate à pirataria.
Com essas medidas, espera-se um cenário mais saudável para o mercado de conteúdo audiovisual, beneficiando tanto os criadores de conteúdo quanto os consumidores. É responsabilidade de todos apoiar essas iniciativas e contribuir para um ambiente digital mais ético e sustentável.