O Brasil figura entre as dez nações mais empreendedoras do mundo, revela a maior pesquisa de empreendedorismo global realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).
Segundo a nova edição da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) 2023, o país contabilizou cerca de 90 milhões de empreendedores ou aspirantes a empreendedores.
Desse total, 42 milhões são adultos entre 18 e 64 anos que já possuíam um negócio ou realizaram alguma ação visando empreender no futuro, enquanto os 48 milhões restantes manifestaram o desejo de empreender nos próximos três anos.
Essa significativa parcela empreendedora posiciona o Brasil com o terceiro maior desejo dos brasileiros, ficando atrás apenas de “viajar pelo Brasil” e “comprar a casa própria”. Além disso, a pesquisa revela que 65% dos brasileiros conhecem um empreendedor e quase dois terços demonstram confiança em suas habilidades para empreender.
Nações mais empreendedoras do mundo
O relatório de 2023 da GEM destaca que o Brasil se mantém com a segunda maior estimativa absoluta de empreendedores potenciais, ficando atrás apenas da Índia. Em termos de taxa total de empreendedores, que considera a proporção da população adulta envolvida com negócios, o Brasil ocupa o oitavo lugar, com 30,1%.
Esses dados colocam o país em destaque no cenário global, demonstrando sua relevância e potencial no empreendedorismo internacional.
Perfil do empreendedor brasileiro
De acordo com a pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2023), realizada pelo Sebrae em colaboração com a Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo (Anegepe), os brasileiros mudaram sua principal motivação para empreender. Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, a opção “Fazer a diferença no mundo” ultrapassou “Ganhar a vida porque os empregos são escassos”.
Essa mudança reflete uma melhoria geral na situação econômica do país e um avanço na atividade empreendedora. Em 2022, a principal motivação dos brasileiros era “Ganhar a vida porque os empregos eram escassos”, citada por 82% dos entrevistados. No ano seguinte, a ideia de “Fazer a diferença” assumiu a liderança, sendo mencionada por 77% dos empreendedores.
Em relação ao tema nações mais empreendedoras do mundo, para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o crescimento do empreendedorismo motivado por um propósito de transformação pessoal e social, juntamente com a redução da abertura de negócios por necessidade, confirma indicadores anteriores que apontavam para a recuperação da economia brasileira.
Além disso, ao liderar o ranking da pesquisa, a motivação “Fazer a diferença no mundo” se junta a outro resultado significativo da GEM: “Ter o próprio negócio” é um dos três principais sonhos dos brasileiros, ficando atrás apenas de “Viajar pelo Brasil” e “Comprar a casa própria”. Esse desejo supera outros 12 sonhos, como viajar para o exterior, fazer carreira em uma empresa ou no serviço público, entre outros.
Alguns números da pesquisa, que fortalece o Brasil entre as nações mais empreendedoras do mundo, mostram que a motivação “Ganhar a vida porque os empregos são escassos” passou de 82% em 2022, quando era a principal escolha, para 74% em 2023, tornando-se a segunda mais citada.
Já empreender para “Fazer a diferença no mundo” era a principal motivação para pouco mais de 51% dos entrevistados em 2019. No ano passado, essa proporção saltou para 77%.
Conclusão
Portanto, no tocante às nações mais empreendedoras do mundo, o perfil do empreendedor brasileiro reflete uma dinâmica crescente e multifacetada, impulsionada por uma série de fatores contextuais e culturais.
Primeiramente, a pesquisa revela um forte desejo de empreender não apenas por necessidade econômica, mas também por aspirações de fazer uma diferença significativa no mundo.
Esse movimento indica uma mudança na mentalidade empreendedora, destacando a busca por propósitos pessoais e sociais mais profundos.
Além disso, a diversidade do empreendedorismo no Brasil é evidente, com uma ampla gama de setores e segmentos representados por indivíduos que buscam realizar seus sonhos e aspirações de negócios. Essa variedade demonstra a riqueza da criatividade e da inovação presentes na sociedade brasileira, que contribuem para a dinâmica econômica do país.
A pesquisa também aponta para a importância do ambiente econômico e regulatório na formação do perfil empreendedor brasileiro. Melhorias na situação econômica do país, juntamente com políticas e iniciativas que promovem o empreendedorismo, têm contribuído para um aumento no número de empreendedores motivados por um propósito e uma diminuição naqueles impulsionados pela necessidade.
No entanto, desafios persistem, como a necessidade de fortalecer o ensino de ciências e o empreendedorismo nas escolas, aumentar os investimentos em pesquisa e inovação e promover uma maior igualdade de gênero no empreendedorismo. Superar esses obstáculos é essencial para criar um ambiente ainda mais favorável ao crescimento e sucesso dos empreendedores brasileiros.