Em relação às redes 5G standalone, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que a partir de 28 de agosto de 2023, operadoras de telefonia poderão solicitar o licenciamento e ativação de estações 5G na faixa de 3,5GHz em mais 100 municípios brasileiros.
A decisão foi tomada em reunião do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (GAISPI).
Com a liberação, o total de cidades com a faixa de 3,5GHz disponível para redes standalone 5G chegará a 1.812 em todo o país. O trabalho de liberação antecipada dessa faixa por parte da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) seguirá ocorrendo nos próximos meses.
Redes 5G standalone
O GAISPI disponibiliza painel de dados atualizado com os municípios já liberados e o cronograma de liberações futuras. Porém, a disponibilização da faixa não implica instalação imediata de 5G nessas localidades, dependendo do planejamento de cada operadora.
A decisão está alinhada ao Edital do 5G e abrange cidades onde a EAF concluiu a migração do sinal de TV aberta da banda C satelital para a banda Ku e instalou filtros para mitigar interferências em sistemas de satélite.
Moradores que recebem sinal de TV via parabólica devem adaptar os equipamentos. Os cadastrados no CadÚnico podem solicitar kit gratuito à EAF para essa finalidade. Mais informações estão disponíveis no site da Siga Antenado, nome fantasia da EAF.
Painéis da Anatel também apresentam os municípios com 5G ativo, quantidade de estações licenciadas, aparelhos homologados e demais dados sobre a tecnologia no Brasil.
Expansão do sinal
A expansão do 5G para mais 100 municípios brasileiros é uma medida muito positiva e tem grande importância para o desenvolvimento do país, por alguns motivos:
- Permite que mais regiões, para além dos grandes centros, tenham acesso às melhorias proporcionadas pela tecnologia 5G, como maior velocidade e estabilidade de conexões, menor latência, maior capacidade para conectar dispositivos simultaneamente, entre outros benefícios.
- Possibilita que mais cidades, empresas e cidadãos possam usufruir de novas aplicações intensivas em conectividade, como carros autônomos, telemedicina,cidades inteligentes, indústria 4.0 etc.
- Ajuda a impulsionar a economia e a inovação em mais localidades do país, gerando oportunidades de negócios, serviços e empregos que dependem do 5G.
- Contribui para reduzir a disparidade tecnológica entre as diferentes regiões do Brasil.
- Incentiva as operadoras a acelerarem seus investimentos na implantação da infraestrutura necessária para o 5G.
- Aproxima o Brasil de uma cobertura 5G mais abrangente, que beneficie toda a população e não apenas os grandes centros.
Esforços da Anatel
Até 2021 a Anatel realizou um trabalho importante para viabilizar a implementação do 5G no Brasil, porém o processo poderia ter sido mais ágil e efetivo:
- Positivamente, a Anatel conduziu o leilão do 5G, que arrecadou R$ 47 bilhões em nov/2021. Isso garantiu frequências para as operadoras iniciarem a instalação da infraestrutura.
- Também houve esforços na liberação de faixas como a de 3,5 GHz e na criação de grupos para tratar questões como interferências e roaming.
- Porém, o leilão foi adiado algumas vezes, sendo programado inicialmente para 2020. O processo como um todo poderia ter começado antes.
- Além disso, o cronograma original era ambicioso demais e não foi cumprido. As operadoras demoraram para lançar as primeiras ofertas 5G.
- Falhou a fiscalização quanto às obrigações de cobertura das operadoras. Metas importantes como levar 5G a todas as capitais até jul/2022 não foram atingidas.
- A Anatel foi lenta em aprovar mais aparelhos compatíveis com o 5G e liberar faixas em mais cidades.
- Faltou uma campanha de comunicação mais efetiva para informar a população sobre o 5G.
Conclusão
Portanto, a decisão da Anatel demonstra compromisso em massificar o acesso a essa tecnologia disruptiva, trazendo desenvolvimento econômico e social para um número cada vez maior de municípios brasileiros.
Apesar dos esforços, a atuação da agência poderia ter sido mais ágil e rigorosa até 2021 para entregar o 5G na velocidade esperada e com maior capilaridade desde o início. Ainda há muito a ser feito para massificar a tecnologia no Brasil.