O Brasil pode estar vivendo uma grande escassez de IPv4, sendo que no país temos mais de 1.000 empresas e entidades aguardando o processo de alocação de bloco para IPv4, sendo que a empresa que estava na primeira posição da fila aguardou mais de 770 dias para receber.
Por outro lado, o NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) apresentou, recentemente, dados e informações referentes ao processo de implementação do IPv6 que se refere a um novo tipo de protocolo para criação e direcionamento de endereços na internet, o que poderá em breve resolver a queda na oferta do IPv4.
Escassez de IPv4
O IPv4 é o tipo de protocolo de direcionamento de quarta geração mais utilizado nos tempos recentes na internet, podendo em breve ser substituído pelo IPv6 que oferecerá mais segurança e velocidade.
O NIC.br apresentou informações que comprovam a atual baixa adesão em relação ao novo IPv6 e a insistência das empresas de ainda adquirir blocos de IPv4.
Segundo dados factíveis, se uma empresa ou organização solicitar o IPv4, ela poderá ser atendida somente no ano de 2029.
Adesão do IPv6
Em relação à adesão ao novo tipo de protocolo, grande parte do ritmo de adesão está longe de ser atingido nos setores de bancos, plataformas de streaming, portais de notícias e até nas redes sociais.
Vale ressaltar ainda que, segundo o NIC.br a adesão ainda é baixa entre as empresas de jogos online, além de sites de governos que não utilizam ou sequer aderiram ao novo protocolo.
No Brasil atual, o IPv6 ainda não foi atribuído para sites do governo federal e estadual. Os governos deveriam ser os primeiros a realizar esse tipo de adesão para ajudar a popularizar o novo protocolo para as áreas públicas e privadas.
Caso isso ocorresse, teríamos um incentivador natural para tornar o IPv6 mais popular e mais presente nos investimentos.
Saturação
Em relação à escassez do IPv4, ainda verificamos uma profunda saturação no uso desse tipo de protocolo. No Brasil, ainda há empresas que fazem trocas ou transferências de blocos de IPv4 entre elas, como forma de evitar a longa fila de espera por um novo protocolo de quarta geração.
Dessa forma, o mercado de acessibilidade torna-se menos veloz e atraente para novos investidores, pois mesmo que as empresas fiquem dando “jeitinhos”, mesmo realocando a internet continua crescente.
Mercado doméstico
Em relação ao acesso à internet nas casas dos brasileiros, a escassez do IPv4 também atrapalha a evolução dos serviços.
Devemos lembrar que no nosso país não são todas as residências que possuem pleno acesso à internet, e no futuro próximo será cada vez mais comum a instalação e uso da internet das coisas (IoT) o que exigirá mais crescimento de banda, velocidade e de IP de acesso.
Dados do Google
Segundo pesquisas baseadas em dados do Google e com monitoramento da Anatel, a adesão geral ao novo protocolo IPv6 no Brasil tem sido de 43%, sendo que a média global é de 45%.
Justificativa
O que pode explicar a escassez do IPv4 é o setor de equipamentos e de suporte. Segundo dados recentes, provedores e empresas de tecnologias ainda não expandiram a solicitação do IPv6 por falta de pleno acesso a equipamentos novos ou específicos.
Mesmo quando a empresa é aprovada no processo de homologação, para colocar a instalação em prática é fundamental ter acesso a equipamentos e atualização de sistemas que suportem de forma segura o suporte do IPv6.
Porém, sendo a NIC.br, o suporte existente para uso do IPv6 em smartphones é mais bem sucedido.
Conclusão
Portanto, em relação à escassez do IPv4, as empresas não podem depender somente do processo de licenciamento e de habilitação para receber o IPv6 e de fato ter acesso a novos protocolos.
Além dos processos de habilitação e dos equipamentos, as empresas e instituições precisam realizar campanhas de adequação do conteúdo e de ampliação de projetos que incentivem a adesão.