O projeto Criosfera 2 é referente aos novos projetos do programa Proantar e do Ministério da Ciência do Brasil. Recentemente, os pesquisadores brasileiros concluíram as instalações de equipamentos para obtenção de informações de novos módulos que serão importantes para a melhoria de modelos de previsão meteorológica.
Esse novo equipamento ajudará a estudar e analisar as mudanças climáticas, gerando importantes avanços nessa área de conhecimento.
Dessa forma, o Brasil contará com um novo módulo de alto nível científico a ser utilizado no continente Antártico, permitindo a coleta de dados climáticos e ambientais mais precisos.
Neste artigo apresentamos a importância desse novo projeto e como esse novo equipamento impactará nas nossas pesquisas.
A instalação do Criosfera 2
A partir da instalação dessa estrutura, os pesquisadores poderão registrar dados de clima e de concentração de CO2 (dióxido de carbono), considerado como o principal gás de efeito estufa.
Trata-se de um equipamento operado com tecnologia 100% nacional e que conta com processo integralmente automatizado, sendo abastecido com energia solar e eólica (vento).
É um equipamento de grande porte planejado por engenheiros e pesquisadores brasileiros e com componentes da tecnologia brasileira.
Pode ser referido como um módulo localizado sobre o manto de gelo da Antártica. Ele será mantido a 2 mil quilômetros ao sul da Estação Antártica Comandante Ferraz.
O projeto
Todos os passos e investimentos para o projeto foram financiados pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e contou também com recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
A operação
O módulo Criosfera 2 está sendo testado e está em nível operacional com plena capacidade para coletar dados climáticos, meteorológicos e de concentração do CO2.
As operações contam ainda com a participação de doze pesquisadores que dependerão de expedições e acampamentos técnicos presentes na geleira da Ilha Pine, no módulo Criosfera 1 e no local onde está instalado o módulo Criosfera 2.
Segundo especialistas, o novo módulo está localizado em uma região propícia para a investigação das mudanças climáticas na Antártica e no sul do Oceano Atlântico.
De modo físico, o módulo está situado sobre uma calota de gelo com cerca de 600 metros de espessura, ao sul do Mar de Weddell.
Na região, os pesquisadores possuem vista para a Montanha mais alta do continente, o maciço Vinson que possui 4.897 metros de altitude. Dentre as condições do local, o novo módulo durante o inverno poderá ser submetido a uma temperatura de 40 graus negativos.
Dados meteorológicos
Ao trabalhar com o Criosfera 2, a geração de dados meteorológicos ajudará nos estudos relacionados ao clima e a variação de temperaturas na Antártica, como forma de ajudar a ampliar todos os dados ambientais na região do polo sul do planeta Terra.
Através do novo módulo os cientistas poderão ainda detectar qualquer sinal de mudança climática e meteorológica, na química atmosférica e demais fatores que possam ter ligação com a poluição atmosférica no continente da América do Sul.
A partir de 2023, os dados poderão ser enviados através de sistemas de satélites, podendo incluir novos experimentos da própria comunidade científica brasileira.
Quando começaram as operações?
As operações com o Criosfera 2 foram iniciadas em dezembro de 2022, e os pesquisadores locais começaram a trabalhar sob temperaturas de 18 a 7 graus.
Antes de sua instalação, o novo módulo partiu de Punta Arenas, no extremo sul do Chile, até o interior do continente antártico dentro de um avião cargueiro adaptado para o gelo.
Avanços para a ciência
O projeto e a instalação desse novo módulo simbolizam avanços para a ciência brasileira e para consolidação do Proantar (Programa Ciência Antártica) mantido pelo MCTI.
Trata-se de um projeto que ajuda bastante para os avanços da ciência e da colaboração com universidades e parceiros tecnológicos. Todo o projeto conta com a colaboração de instituições como o Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Conclusão
Portanto, a instalação do Criosfera 2 é um marco para ciência climática e meteorológica brasileira e muito beneficiará a evolução do programa brasileiros na Antártica.