A União Internacional de Telecomunicações deve acontecer em novembro deste ano, para discutir a Conferência Global de Espectro em Dubai, os principais assuntos a serem discutidos são os sistemas satelitais e de serviço móvel, além da liderança do Brasil no debate geopolítico.
Quais são as regulações que o Brasil já possui?
A delegação brasileira de telecom deve participar da Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23), conforme foi divulgado pela Anatel, o Brasil já possui regulações para a faixa de 6 GHz que pertence ao item 1.2, que compõe a agenda WRC-23.
O Brasil ocupa a posição de “no-change”, se refere ao uso de não-licenciado, para os serviços de Wi-Fi, no caso das faixas 3,3-3,4 GHz e 3,6-3,8 GHz, já há a utilização em território brasileiro, para a utilização da faixa 3,3 GHz, a faixa que está globalmente candidata é a 7.025-7.125 MHz.
A faixa apresentada pelo Brasil no WRC-19 10-10,5 GHz, contém estudos e contribuições que podem facilitar a sua aprovação, logo a faixa 10,6-10,7 GHz ainda necessita de algumas melhorias.
Quando surgiram os satélites?
Um satélite é todo objeto no espaço que orbita ou circula em torno de um objeto de tamanho maior, existem apenas dois modelos de satélites, artificiais e naturais, o primeiro satélite artificial surgiu em 1957, recebeu o nome de Sputnik, um satélite apresenta quatro partes principais que são:
- Sistema de energia;
- Controle de altitude;
- Antena de transmissão;
- Câmara ou detector de partículas.
Com relação às estações associadas a serviços geoestacionários podemos destacar a faixa de 12,75-13,25 GHz, é um dos assuntos a serem discutidos na Conferência Global de Espectro em Dubai, esta proposta é estabelecida pelos Estados Unidos, graças à operadora de satélites Intelsat.
O que será discutido na Conferência Global de Espectro em Dubai?
Esta conferência deve ocorrer de 20 de novembro a 15 de dezembro, é um espaço que acolhe autoridades e especialistas em radiocomunicações, este evento acontece a cada quatro anos este ano será em Dubai.
O tema principal será o tratado internacional de espectro global de radiofrequências e órbitas de satélites, deve ser discutido também o futuro digital compartilhado, veja o que diz o conselheiro do grupo de estudos da ITU Philippe Aubineau, sobre as necessidades de novos dispositivos:
“A harmonização do espectro reduz o potencial de interferência prejudicial. Isso possibilita interoperabilidade e roaming internacional, permitindo que os cidadãos usem o mesmo dispositivo em diferentes países”
As companhias aéreas também devem ter seu espaço garantido para a discussão de conectividade a bordo, alcançando cerca de 10 mil distribuídas, para 120 companhias aéreas, o Brasil é um dos apoiadores do desenvolvimento de sistemas aeronáuticos e marítimos.
O enlace entre satélites deve facilitar a comunicação entre os artefatos, o objetivo principal da harmonização do espectro é proporcionar uma economia em larga escala, com isso, os serviços e dispositivos serão acessíveis a toda a população mundial.
Quais as propostas para 2027?
Para o ano de 2027, há duas propostas em andamento, que pertencem ao item 10 da agenda, neste caso, já podemos mencionar uplink para FSS geoestacionário em 13,75-14 GHz com antenas menores, as condições de uso e compartilhamento estão sendo revisadas, o que aumenta a eficiência da utilização da banda.
O serviço móvel também deve evoluir com a inclusão de novas faixas, são ao todo 6 grupos que fazem parte da UIT, veja quais são:
- Asia-Pacific Telecommunity (APT);
- Arab Spectrum Management Group (ASMG);
- African Union of Telecommunications (ATU);
- European Conferência das Administrações de Correios e Telecomunicações (CEPT);
- Comissão Interamericana de Telecomunicações (CITEL);
- Comunidade Regional de Comunicações (RCC).
Deve ser elaborado um relatório final da Reunião Preparatória da Conferência (CPM), antes da realização da WRC-23, para abordar questões relacionadas a serviços móveis e de transmissão, por exemplo, Telecomunicações Móveis Internacionais (IMT) e plataformas de alta altitude, novas tecnologias digitais para a aviação, e assim por diante.